O que são escalas musicais e como estudá-las?

Ao iniciar os estudos em música, é comum ouvir falar sobre as escalas musicais. Com isso, muitas dúvidas podem surgir, por exemplo: o que são? Quantas existem? Preciso decorar todas?. Objetivamente, escala é uma sequência ordenada de notas.

Elas nos ajudam a desenvolver as técnicas no instrumento e são um princípio básico para a composição, improvisação e para a compreensão das estruturas harmônico-melódicas. Por isso, trata-se de um assunto que merece atenção.

Quer entender melhor esse universo? Então, continue a leitura e veja as respostas para as dúvidas mais frequentes.

O que são escalas musicais?




Como vimos, as escalas musicais são sequências ordenadas de notas. Para definir a ordem dessa sequência usamos uma fórmula específica para cada escala. Por exemplo, uma sucessão bem conhecida é: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó… essa é a escala maior e tem a seguinte fórmula: tom, tom, semitom, tom, tom, semitom e o ciclo recomeça.

No exemplo anterior, conhecemos a escala maior de dó, mas ela pode ser aplicada em outras notas. Se quiséssemos encontrar a escala maior de lá, seguindo a fórmula apresentada, ficaria: lá, si, dó#, ré, mi, fá#, sol#. Por outro lado, caso a intenção seja encontrar a escala menor, é preciso seguir a fórmula: tom, semitom, tom, tom,
semitom, tom, tom e recomeça.

Outro conceito importante de se ter em mente é o de intervalo, pois é ele que determina quais notas fazem parte de cada escala. Nesse sentido, intervalo é a distância entre uma nota e outra.

Como as escalas musicais surgiram?

As escalas musicais têm sua origem associada aos gregos antigos. Pitágoras, com o seu monocórdio, um instrumento musical de laboratório, identificou as frequências das notas. O pensador percebeu que os intervalos das notas estavam associados à vibração, que, por sua vez, variava conforme o comprimento da corda.

Os gregos antigos buscavam na música a harmonia, o equilíbrio e o ordenamento. Pitágoras investigou empiricamente instrumentos sonoros e buscou as notas que fossem agradáveis ao serem combinadas. Com isso, surgiu a ideia de harmonia na música.

Nesse sentido, é importante destacar que os filósofos antigos buscavam na música não apenas o valor artístico, mas, também a transcendência. Assim, havia muitas associações com os planetas e o movimento do universo, de forma que a música seria uma linguagem metafísica.

Para que elas servem?

Após ter compreendido o que são as escalas musicais, é preciso saber qual a utilidade disso para se desenvolver na música. O primeiro fator que faz esse conceito ser tão importante é que a maior parte das músicas vem de uma escala. Dessa forma, os acordes, riffs, solos e outros elementos que os instrumentos tonais produzem são oriundos das escalas.

Assim, ainda que você não conheça a teoria por trás, ao aprender a tocar uma música você está usando uma escala. Nesse contexto, entender e exercitar os conhecimentos sobre esse assunto proporciona mais autonomia para tocar e compor. Os exercícios ajudam a encontrar com maior facilidade as escalas no seu instrumento, o que fará com que você consiga tirar as músicas que quiser com fluidez e agilidade.

Quantas escalas musicais existem?




O universo musical é recheado de escalas, para diferentes estilos e intenções. Por esse motivo, não se preocupe, pois não é necessário decorar todas elas. A recomendação é que você observe as que são mais comuns e essenciais para iniciar os seus estudos. Quando avançar, poderá escolher outras escalas para objetivos específicos e se dedicar a elas.

Dessa maneira, é preciso saber que existem alguns tipos de escalas que são mais importantes e que merecem a sua atenção. A saber:

  • maiores;
  • menores;
  • cromáticas;
  • tons inteiros;
  • modos.

Como estudar escalas?

Já deu para perceber que é fundamental estudar escalas para se desenvolver no seu instrumento e conseguir mais autonomia. Mas, é importante fazer isso de maneira eficiente, a partir de métodos que otimizem a aprendizagem. Assim, o primeiro passo é conhecer a teoria daquela escala e a lógica que ela segue. Em seguida, você poderá partir para os treinos. Veja algumas dicas.

Memorização motora

Primeiramente, é preciso destacar que o estudo da música combina a aprendizagem motora e cognitiva. Dessa maneira, os estudos devem considerar ambos os aspectos. Para isso, é preciso explorar a repetição. Treine várias vezes de forma ascendente e descendente. Quando tiver fluido, intercale as notas até que você já consiga fazer a escala automaticamente.

Memorização visual

Uma maneira de ter a referência visual para a escala é escrevê-la em um papel — quantas vezes for necessário. Assim, você fixará a compreensão da lógica seguida e se lembrará com maior facilidade quando precisar. Observe também no seu instrumento como fica o desenho ao tocar e tente se guiar mais por ele do que pela tablatura. Além disso, falar em voz alta as notas que está tocando ajuda a associar o som à técnica, o que é ótimo!

Escolha do repertório

A parte de estudos das escalas em si é fundamental. No entanto, você pode deixar essa experiência mais “musical”, com um repertório bem escolhido. Isso porque, fazer exercícios e estudar teoria são práticas necessárias, mas, também é importante perceber a aplicação prática do que aprendeu.

Dessa forma, sempre que estudar alguma escala, busque tocar músicas em que ela apareça. Também é legal brincar com as combinações e criar suas próprias músicas. Mesmo que não sejam composições para serem gravadas e compartilhadas, já serão um excelente exercício de criação e de compreensão das escalas.

Em suma, as escalas musicais são essenciais para evoluir nos seus estudos. Ao compreendê-las e exercitá-las, você terá mais facilidade para tirar as músicas que desejar tocar, ficará menos dependente de cifras e tablaturas, além de adquirir conhecimentos importantes para composições.

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Flávia Lemes

Sou formada em Filosofia e mestranda na área de Educação. Apaixonada por música, deixei de ser violonista de quarto para me tornar guitarrista e vocalista em algumas bandas locais. Adoro vinhos e sempre que posso busco aprender mais sobre suas características e descobrir novos sabores.

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