A música interfere no sabor do vinho?

Que música e vinho são uma combinação perfeita nós já sabemos. Mas, será que a música altera o sabor da bebida? Existem muitas teorias a respeito da interferência dos sons durante a produção dos vinhos e também nas sensações durante a apreciação.

A fabricação dos vinhos tem uma tradição histórica, que passa pela mitologia e por diferentes culturas, com importantes significados, assim como a música. Na tradição do apisoamento das uvas (técnica de produção em que as pessoas pisavam na fruta para extrair o seu suco) ou nas festas, a música sempre está presente.

Por isso, eu fui investigar sobre as possíveis interferências da música no sabor dos vinhos, para ver o que os estudos científicos dizem a respeito. Continue comigo para saber mais!

A música interfere na produção dos vinhos?




Uma das teorias famosas é a de que a música clássica melhora o sabor dos vinhos se usada durante a produção. Alguns sites indicam um estudo feito por Thomas Koeberl e Markus Bachmann, em que caixas de som próximas aos tanques de fermentação dos vinhos fariam com que se aprimorasse algumas características da bebida, como o nível de açúcar e a profundidade do sabor. A explicação seria a relação com as ondas sonoras.

Contudo, não encontrei nenhuma referência à pesquisa e aos dados obtidos. Além disso, não consegui encontrar qualquer informação sobre os dois nomes citados como responsáveis pelo estudo. Portanto, não parece ser um fato cientificamente comprovado. Apesar disso, é tradição em alguns países produtores de vinho usarem a música durante a maturação da bebida, como os vinhedos do Vale do Colchagua, no Chile, em que o vinho descansa ao som de cantos gregorianos.

Também é válido destacar outra informação que li em alguns sites sobre vinhos. Trata-se de um estudo que teria sido feito por Giancarlo Cgnozzi em parceria com institutos de pesquisa, que comprovariam que determinadas músicas teriam efeito protetor contra pragas e estimulante para o crescimento das uvas. Mais uma vez, não encontrei o estudo, quais são os institutos de pesquisa responsáveis ou qualquer referência a respeito de Giancarlo Cgnozzi.

Isso não significa que exista algum prejuízo em usar a música durante a produção dos vinhos ou das uvas. Porém, aparentemente, não ainda há estudos científicos que comprovem os benefícios da prática.

A música interfere no sabor do vinho para a apreciação?




Um dos cuidados importantes que se tem na degustação dos vinhos é com as harmonizações feitas. Nesse sentido, muitos fatores podem influenciar, como: a temperatura, os alimentos ingeridos e o ambiente. Assim, a música também pode fazer parte da harmonização.

A respeito da interferência da música no sabor do vinho durante a degustação, de acordo com sites como o G1, National Geographic e o internacional Decanter, um estudo feito por psicólogos da Heriot Watt University, de Edimburgo, demonstrou que o vinho cabernet bebido ao som de músicas pesadas é percebido como mais robusto. Já os vinhos chardonnay seriam mais afetados por sons “enérgicos”.

Contudo, não encontrei nada sobre a pesquisa no site da universidade ou em buscadores científicos. Portanto, não tenho informação comprovada suficiente para apresentar a afirmação de que a música interfira no gosto do vinho.

Além disso, não posso deixar de lado os questionamentos a respeito fenômeno da apreciação de um sabor. Ainda que a música tenha algum impacto na sensação ao ingerir a bebida, me parece mais provável que ela traga novas percepções à pessoa que bebe e não uma mudança no sabor do vinho em si.

Portanto, música e vinho têm uma importante relação histórica, além de ambos serem muito prazerosos. Porém, não encontrei bases científicas para afirmar que exista uma interferência direta entre eles. Apesar disso, você pode harmonizar o vinho com as suas músicas preferidas, para que esse momento se torne ainda mais especial e tenha o seu toque pessoal, afinal, é algo que diz respeito ao seu prazer.

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Flávia Lemes

Sou formada em Filosofia e mestranda na área de Educação. Apaixonada por música, deixei de ser violonista de quarto para me tornar guitarrista e vocalista em algumas bandas locais. Adoro vinhos e sempre que posso busco aprender mais sobre suas características e descobrir novos sabores.

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