Como ler partitura de bateria

Assim como qualquer outro instrumento musical, a bateria e os instrumentos de percussão em geral têm uma notação musical. Essa notação pode, diferente das mais comuns, não abranger notas, mas sim quais partes da bateria ou do instrumento serão tocadas. Nesse aspecto, a partitura servirá mais como um guia rítmico apenas do que melódico.

É muito recomendável que o baterista ou percussionista, mesmo que iniciante, se familiarize com as notações utilizadas para representar ritmos na partitura. Dessa forma, será muito mais fácil para ele se apropriar da imensa variedade de estudos e métodos que utilizam desse registro e ser capaz de tocar ritmos e peças sem conhecimento prévio da música. Além disso, facilita a composição quando não se tem uma bateria por perto e dá a possibilidade de gravação, pois você poderá escrever sua ideia utilizando a notação.

Contudo, antes de compreender como se lê uma partitura de bateria é necessário um conhecimento prévio do pentagrama. Para bateria basta uma pequena noção de como os valores rítmicos se organizam dentro dele. Confira abaixo uma breve explicação sobre isso.


O que é o pentagrama e como compreendê-lo?

O pentagrama nada mais é do que cinco linhas paralelas na horizontal. Nas linhas e nos espaços entre elas são usados símbolos que representaram o valor de cada nota e a nota em si. Esses símbolos, que chamaremos de notas, se organizam em compassos, que são demarcados por uma linha vertical que percorre todas as linhas do pentagrama. Desse modo, para compreender a partitura da bateria será necessário apenas o conhecimento sobre os valores de cada nota e onde cada parte da bateria estará representada no pentagrama.

pentagrama bateria

Como é a representação das notas?

Neste texto será usado o compasso quaternário, que possui 4 tempos fortes, sendo cada tempo representado por uma nota de semínima. A semínima é uma nota que corresponde a 1/4 do compasso. Se esse valor a princípio parece confuso isoladamente, com a explicação abaixo contendo todas as notas e seus valores isso fica mais claro. Vale ressaltar, para facilitar o entendimento, que cada figura sempre corresponderá a metade do valor da anterior. Dessa maneira, temos:


  • Semibreve — figura rítmica maior em uso e é representada por um círculo vazio sem haste. Compreende 4 tempos, é usada como referência para todas as outras notas e preenche sozinha um compasso quaternário. Uma semibreve equivale a 2 mínimas, 4 semínimas, 8 colcheias, 16 semicolcheias, 32 fusas e 64 semifusas;
  • Mínima — segunda maior figura rítmica. É representada por um círculo vazio com haste e compreende 2 tempos de duração. Dentro de um compasso quaternário cabem duas mínimas. Uma mínima equivale a 2 semínimas, 4 colcheias, 8 semicolcheias, 16 fusas e 32 semifusas;
  • Semínima — é representada por um círculo preenchido com uma haste e compreende 1 tempo de duração. Dentro de um compasso quaternário cabem quatro semínimas. Uma semínima equivale a 2 colcheias, 4 semicolcheias, 8 fusas e 16 semifusas;
  • Colcheia — é representada por um círculo preenchido com uma haste e colchete. Compreende meio tempo de duração e dentro de um compasso quaternário cabem oito colcheias. Uma colcheia equivale a 2 semicolcheias, 4 fusas e 8 semifusas;
  • Semicolcheia —  é representada por um círculo preenchido com uma haste e dois colchetes. Compreende um quarto de tempo e dentro de um compasso quaternário cabem dezesseis semicolcheias. Uma semicolcheia equivale a 2 fusas e 4 semifusas;
  • Fusa —  é representada por um círculo preenchido com uma haste e três colchetes. Compreende um oitavo de tempo e dentro de um compasso quaternário cabem 32 fusas. Uma fusa equivale a 2 semifusas;
  • Semifusa— é representada por um círculo preenchido com uma haste e quatro colchetes. Compreende 1/16 de tempo e dentro de um compasso quaternário cabem 64 semifusas.

notas

Como ler partitura de bateria?

Agora que já sabemos como o pentagrama se organiza, chegou a hora de entender a maneira como as partituras de bateria são montadas. Assim, ao contrário das partituras comuns, em que cada linha e espaço do pentagrama são atribuídas a notas, nas partituras percussivas determinadas linhas e espaços correspondem a alguma peça da bateria a ser tocada.

Na maioria das partituras, no canto esquerdo superior encontra-se uma legenda para que o músico saiba de qual maneira cada peça será representada. Porém, caso na partitura que você deseja executar não tenha essa legenda, confira abaixo na imagem o padrão de organização das partes da bateria a serem tocadas no pentagrama. Da mesma forma, confira ao lado como fica a notação do backbeat padrão de bateria, aquela que é a primeira que aprendemos com o bumbo no primeiro e terceiro tempo e a caixa no segundo e quarto tempo.

bateria partitura

 

backbeat padrão

 

 

 

 

 

 

Vale destacar que em algumas partituras você poderá encontrar outras figuras no pentagrama. Portanto, se não houver uma legenda indicando o que essa figura representa, você pode usar a sua intuição ou comparar com a música. Por exemplo, caso haja uma figura que preenche a primeira linha de cima para baixo no pentagrama, essa figura provavelmente indica um tom-tom mais agudo. Se a bateria contém dois bumbos também o segundo bumbo será representado na linha a baixo do primeiro bumbo.

Conclusão

Portanto, seguindo esse modelo você será capaz de identificar cada parte a ser tocada numa partitura de bateria. A princípio pode parecer difícil ler a partitura enquanto toca, isso é comum. É interessante que a partitura seja lida algumas vezes antes de ser tocada, para que o músico já esteja familiarizado com ela. Saber ler partitura é um grande diferencial para todos os músicos, independemente do instrumento tocado.

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Giovane Dâmaso

Na desde os 5 anos, começando pela flauta e terminando em bateria. Atualmente, estudante de licenciatura em Música (com foco em percussão) pela UFSJ. Participante de várias bandas e projetos musicais da região. O gosto pelo vinho surgiu junto com os primeiros shows, em que a bebida na dose certa servia e ainda serve de inspiração.

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